segunda-feira, 4 de abril de 2011

A porta do meu quarto

Está situada ao lado direito da porta do quarto da minha irmã, e, para quem está dentro dela, ao lado esquerdo. É branca. Possui uma maçaneta preta, simples, horizontal. É fria como todas as portas comuns. Na entrada há uma cama. Supersticiosos dizem que faz mal, mas não consigo me lembrar o que acontece com quem cria camas em frente a portas... Enfim, por dentro há uma chave para trancá-la, se quiser se sentir mais confortável. Mas raramente está trancada. Durante o dia, sempre está escancarada, com suas exceções, e, a noite quase sempre permanece fechada. De sexta-feira a noite a terça-feira de manhã, há bastante circulação quando a suposta dona da porta, no caso eu, tecnicamente habito o local. No restante dos dias, fica apenas fechada, e só é aberta em caso de alguém precisar de algo que se encontra no guarda-roupa, que fica a direita após a porta. Ou na escrivaninha mais a frente do guarda-roupa.
Ela fica aberta quando estou alegre,
fica fechada quando estou pensativa,
trancada quando estou em crise depressiva,
e é batida, quando estou devastada.
Se escutar barulho de porcelana quebrando, provavelmente bibelôs estão sendo lançados contra ela, isso significa a soma de todos os itens acima, inclusive alegria e, Como eu não tenho aquele enfeite de maçaneta ''não incomode'', essa é a maneira de dizer isso. E também que eu enlouqueci, é claro.
Ela não é grande coisa, nem se aproxima da originalidade em portas, mas, se não fosse por ela, talvez não tivesse sentido coisas que me levassem a escrever.
Devo minha criatividade a muitas coisas, mas hoje é a ela que eu estou agradecendo.
Obrigada, porta.

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