segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sacrificio da perfeição

Acreditas mesmo neste teatro meu? Masoquista! Acabes comigo. Devasta-me. Cega-me. Defeca na minha farsa. Mata-me.
A dor fingida se transforma em literatura barata. A dor verdadeira, em poesia perfeita.
Eu preciso dessa perfeição.
Eu preciso dessa dor.

A porta do meu quarto

Está situada ao lado direito da porta do quarto da minha irmã, e, para quem está dentro dela, ao lado esquerdo. É branca. Possui uma maçaneta preta, simples, horizontal. É fria como todas as portas comuns. Na entrada há uma cama. Supersticiosos dizem que faz mal, mas não consigo me lembrar o que acontece com quem cria camas em frente a portas... Enfim, por dentro há uma chave para trancá-la, se quiser se sentir mais confortável. Mas raramente está trancada. Durante o dia, sempre está escancarada, com suas exceções, e, a noite quase sempre permanece fechada. De sexta-feira a noite a terça-feira de manhã, há bastante circulação quando a suposta dona da porta, no caso eu, tecnicamente habito o local. No restante dos dias, fica apenas fechada, e só é aberta em caso de alguém precisar de algo que se encontra no guarda-roupa, que fica a direita após a porta. Ou na escrivaninha mais a frente do guarda-roupa.
Ela fica aberta quando estou alegre,
fica fechada quando estou pensativa,
trancada quando estou em crise depressiva,
e é batida, quando estou devastada.
Se escutar barulho de porcelana quebrando, provavelmente bibelôs estão sendo lançados contra ela, isso significa a soma de todos os itens acima, inclusive alegria e, Como eu não tenho aquele enfeite de maçaneta ''não incomode'', essa é a maneira de dizer isso. E também que eu enlouqueci, é claro.
Ela não é grande coisa, nem se aproxima da originalidade em portas, mas, se não fosse por ela, talvez não tivesse sentido coisas que me levassem a escrever.
Devo minha criatividade a muitas coisas, mas hoje é a ela que eu estou agradecendo.
Obrigada, porta.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Bipolaridade

De fazer entender
já poderia ter feito de fato.
Não ter feito entender, mas
o que supostamente era para
ter feito alguém entender
e esse alguém de fato
fazer
mas que não faz
nunca faz.
única coisa em mim que não é bipolar,
é minha própria bipolaridade
nunca muda.
eu não quero mais
mas simplesmente não sei fazer
então faça por mim
enquanto
ainda

tempo.
Seu tempo
que é diferente do meu
aliás,
dos meus.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Egoísmo.

Eu era a garota qualquer, de um bar qualquer
ela não era muito mais que isso
Eu ficava de mau humor toda quarta-feira
ela aceitava
Eu não a amava
ela fingia que não me amava
Eu fingia que não a amava
ela me amava
Eu a amava
ela me amava mais
Eu a odiava
ela adorava
Eu queria que ela me odiasse
ela me amava
Eu a odiava
ela me amava
Eu a amava
ela me odiava
Nós fazíamos sexo
ela fazia amor
Eu trepava
ela me queria pelo resto de sua vida
Eu só por uma noite
ela fumava meu cigarro pensando em nós
Eu enfiava o cigarro na boca dela pra ela calar a boca
ela continuava falando
Eu berrava
ela queria ser minha todas as noites
Eu a tinha quando quisesse
ela cansava
Eu a convencia
ela, presa
Eu, dona
ela reclamava
Eu amava
ela chorava
Eu sorria
ela rezava
Eu praguejava
ela me amava

Eu também
me amava.